Em junho de 2013 parcela significativa da população brasileira saiu às ruas para, simplesmente, protestar. Nenhum político ousou interpretar as reais motivações daqueles atos coletivos espontâneos, extremamente providenciais. Certamente a maioria de nossos governantes sequer reconhece a realidade de um cotidiano do qual já não fazem mais parte. Fato é que a população tem motivos mais do que suficientes para reagir. Há uma frustração completa para com a classe política e sua incapacidade de trazer as mínimas respostas e soluções para a complexidade dos desafios da vida moderna. Perdulários, governantes gerem muito mal os recursos públicos; prestam serviço público sem um mínimo de qualidade; e, pior, são conduzidos e reconduzidos por um sistema eleitoral e político arcaico, capaz de lhes garantir mandatos praticamente sem nenhuma representatividade.
À frente da Subseção de Blumenau da Ordem dos Advogados do Brasil fizemos, desde o início, uma opção clara de atuar ao lado dos reclamos da sociedade civil. Participamos e patrocinamos ações concretas em defesa da democracia, da cidadania e dos direitos humanos, como quer o nosso estatuto. Somos associados fundadores do Observatório Social de Blumenau – OSBLU, que têm exigido mais e mais transparência dos órgãos públicos locais; coordenamos ações de forma associada com diversas entidades representativas da cidade, com resultados já conquistados, a exemplo da obra do novo complexo penitenciário em fase de finalização; adotamos posicionamento firme, inequívoco e vitorioso contra o aumento do número de vereadores em Blumenau, além de convocarmos a classe a sair às ruas contra à corrupção e à favor de um genuína reforma política, caminhos minimamente necessários para um futuro promissor.
Estamos certos de que a advocacia não pode se calar diante de tantos desmandos, nem muito menos deixar de ser protagonista em momentos de tão grave crise ética, como estamos atravessando. Por isso é fundamental que cada um de nós advogados, que somos formadores de opinião, e, principalmente, a OAB, em cada um de seus níveis de representação, faça a sua parte, de forma proativa, inequívoca e com destemor na luta diuturna pelo fortalecimento das instituições e pelo mais irrestrito respeito ao estado democrático de direito. Tudo sob pena de falharmos com nossa missão e não haver condescendência no tribunal da história. E é preciso avançar mais; muito mais.
César Augusto Wolff
Presidente